Vitamina D: parceira do seu desempenho

Mariana Klopfer
Adicionada em 23 de agosto de 2017

Um cuidado para se ter no inverno e a que pouca gente dá atenção é quanto à concentração de vitamina D no organismo. Devido ao frio, corremos mais agasalhados ou em ambientes fechados, nos privando, assim, de uma das fontes mais eficientes de obtenção do micronutriente: o sol. Para quem não sabe, o contato da pele com raios solares é o grande responsável pela formação da vitamina D de que precisamos.

Esta vitamina, aliás, está sendo amplamente estudada e descobertas interessantes e importantes estão sendo feitas. Acredito que muitos já saibam quanto a vitamina D é importante para a saúde do tecido ósseo, mas existem outras atividades fundamentais que ela exerce e que são determinantes para a qualidade da sua corrida.

Estudos científicos já trazem resultados que permitem dizer que os níveis de vitamina D estão fortemente associados ao desempenho, além de ser fundamental para absorção de cálcio, que é determinante para o processo de contração e relaxamento da musculatura. Isso porque tem influência sobre as células musculares com um particular aumento das fibras musculares de contração rápida, fundamentais para a velocidade e o torque na corrida. Além disso, foi descoberta uma relação entre desempenho cardiovascular e melhora do VO2 max com aumento de concentração de vitamina D.

Ter baixa concentração de vitamina D pode interferir diretamente no desenvolvimento da corrida. Além de poder cansar mais rápido e não conseguir atingir o ritmo de corrida desejado, quem tem baixas quantidades do micronutriente no organismo corre maiores riscos quanto à integridade da musculatura, tem pior recuperação, sistema imune mais frágil e maior suscetibilidade a gripes e resfriados.

 

 

Valores ditos como aceitáveis atualmente nos exames são entre 20 e 40 ng/mL, mas hoje estão sendo questionados e já é possível encontrar fontes bibliográficas que dizem que o valor ideal é 50 ng/mL e até 75 ng/mL. Níveis superiores a 90 ng/mL costumam ser considerados muito altos, já com graus de toxicidade por excesso de vitamina D.

Caso seu exame indique baixa concentração de vitamina D no sangue, não se desespere nem inicie uma suplementação sem orientação de um nutricionista. Antes, vá atrás de informação e orientação. Um organismo é gerenciado por um conjunto funcionando em harmonia. Quando esse conjunto desafina, a responsabilidade não é de um único nutriente. Por isso, o mais importante é partir sempre de um olhar global da situação para cuidar de todos os pontos que possam estar interferindo no quadro.

Lembre-se: não existe um nutriente que é mais importante do que o outro. Todos são importantes, pois um depende do outro nas devidas quantidades para que nosso organismo exista e funcione.

Mariana Klopfer

Mariana Klopfer

Mariana Klopfer é formada em nutrição pela Universidade de São Paulo (USP) e diretora clínica da Nutricius - Nutrição Esportiva

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