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Treinando e competindo no inverno

Marcello Butenas
Adicionada em 30 de setembro de 2019

Sempre que chega o período do inverno, dá aquela preguiça de treinar nas baixas temperaturas, nas manhãs frias e noites que chegam cedo. Mas, por outro lado, é a estação do ano em que sua performance nos treinos e nas competições melhora. E qual é a relação entre temperaturas amenas e a melhoria de desempenho?

A resposta é bem simples: a redução do estresse térmico que o ambiente exerce sobre o organismo durante os períodos de altas temperaturas do verão, e que diminui nas baixas temperaturas invernais.

Quanto menor o número de fatores externos que exerçam algum tipo de estresse sobre nosso organismo durante a prática da corrida, maiores as possibilidades de se obter uma ótima performance nos treinos e competições. Por isso, pense bem a respeito do horário no qual pretende realizar seus treinos mais intensos, assim como os mais longos.

Horários com temperaturas mais altas correspondem a um decréscimo no desempenho — ou mesmo uma necessidade de esforço maior por parte do organismo para realizar e manter o esforço mais intenso.

Mas quando seu objetivo é participar de alguma prova em que as temperaturas serão mais elevadas, aí, sim, se faz necessária a adaptação a um nível maior de estresse térmico, para que o organismo se acostume.

Um dos erros mais comuns dos atletas, por necessidades individuais ou por falta de conhecimento, é treinar nos horários mais frescos do dia, como as manhãs e noites, para depois correr uma prova no meio do dia.

A temperatura amena ajuda na performance, mas muitas vezes dá preguiça de treinar no frio. Se seu objetivo é bater um recorde pessoal em uma distância determinada, pule da cama e treine no período mais frio dos dias de inverno, isto é, nas manhãs ou à noite.

Escolha a prova-alvo também no período de temperaturas mais baixas e suas chances de êxito serão bem maiores! Mas tome alguns cuidados:

  • No frio, estruturas como tendões, ligamentos e a própria musculatura ficam mais enrijecidas e necessitam de um período maior de adaptação. Faça um bom aquecimento antes dos treinos mais intensos e utilize roupas quentes.
  • Fique atento à hidratação. No frio, sentimos menos sede, o que não quer dizer que não estejamos desidratados. Muitos atletas enfrentam problemas de desidratação durante as provas e treinos longos.
  • Se sentir preguiça, chame um amigo ou combine treinos com alguém. O compromisso com um parceiro é um grande aliado nessas horas!
  • Quando for competir, principalmente em provas que acontecem no Hemisfério Norte (Estados Unidos, Canadá e Europa), onde as temperaturas são bem mais baixas que no Brasil, agasalhe-se sempre para mais do que para menos. Uma roupa inadequada pode prejudicar a performance ou até não permitir que você termine a prova.
  • Fique de olho também na alimentação. Sua necessidade calórica aumenta em temperaturas mais baixas, já que você precisa de mais energia para se manter aquecido. No mais, bora treinar que o inverno promete!
Marcello Butenas

Marcello Butenas

Marcello Butenas é treinador de triathlon e de corrida desde 1990 e é diretor técnico da Butenas Assessoria Esportiva. Como atleta foi vice-campeão brasileiro de triathlon em 1991, tetra-campeão paulista em 1992, 1993, 1995 e 1996 e participou de Ironmans no Havaí em 1992, 1995 e 1996, no Brasil, em 2002 e 2007, e na Alemanha, em 2012, com recorde pessoal de 9h24min. É colunista da revista O2.

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