A música e seu desempenho na corrida

Giulianna Pansera
Adicionada em 24 de novembro de 2016

Você é aquele tipo de pessoa que quando esquece o fone de ouvido volta para casa e nem treina? Sou uma pessoa movida a música. Costumo dizer que minha vida tem trilha sonora: cada época da minha vida tem aquela música que me faz lembrar de tudo o que aconteceu e traz de volta as sensações e sentimentos daqueles dias do passado.

E quando decidi começar a correr, não poderia ser diferente, ela não estaria de fora dessa. Logo percebi que a música que tocava na minha playlist durante as corridas me faziam ir além, ir mais rápido ou mais devagar. E se não tinha música, muitas vezes eu quis parar. Por que isso acontece ?

A Brunel University de Londres publicou um estudo mostrando que a música melhora o desempenho do atleta em até 15%. Para se ter uma ideia, o efeito da música na prática de exercícios físicos é comparado ao efeito de medicamentos que otimizam a performance.

Aqui vou listar alguns pontos interessantes sobre os efeitos da música no cérebro:

1. O tempo passa mais rápido 
Escutar música faz com que você tenha uma percepção alterada do tempo. Quando escutamos música, desviamos nossa atenção, e a sensação é de que o tempo passa mais rápido. Por isso, correr com uma boa música faz você conseguir correr por mais tempo sem se entediar. Essa estratégia também é utilizada em salas de espera e espera de atendimentos telefônicos – a música te faz perder um pouco da atenção aos ponteiros do relógio.

2. Sensação de prazer
A música é capaz de interferir na liberação de neurotransmissores como, por exemplo, aumentando a liberação de dopamina, como comprovado em um estudo publicado pela Universidade McGill, em Montreal (Canadá). Além disso, também diminui a liberação de hormônios relacionados ao estresse. Durante a corrida, isso ajuda a aumentar a sensação de prazer e faz com que você relacione aquela prática a algo muito bom e que você precisa repetir.

 

 

3. Te leva a um estado de flutuação
Segundo especialistas, o conjunto de sintomas causados pela música, como distorcer a noção de tempo, deixar o atleta mais confiante e afastar os pensamentos negativos, chama-se estado de flutuação. Quando atinge esse estágio, o atleta recebe os melhores efeitos que a música pode proporcionar: aumento de vigor, sensação de felicidade e ânimo elevado, diminuindo depressão, tensão, raiva e cansaço.

4. Pode ser utilizada como estimulante
Estudos mostraram que o impacto da música no sistema nervoso e as mudanças emocionais provocadas direta ou indiretamente pelo tálamo afetam processos como a frequência cardíaca, a respiração, a pressão sanguínea, a digestão, o equilíbrio hormonal, o humor e as atitudes.

Isso nos ajuda a entender por que as intensas batidas rítmicas da música, mais notadamente o rock e a eletrônica, podem ter uma gama tão extensa de efeitos físicos e emocionais. Sabe aquela música que te dá vontade de sair correndo? A música te leva mais longe mesmo sem que você perceba, te dá vontade de chegar lá, de alcançar, mas para isso ela deve ter um ritmo forte e marcante, preferencialmente entre 120 e 150 batidas por minuto. Só assim a canção consegue evocar sentimentos que o atleta necessita no treino, como garra e disposição.

Você com certeza já sentiu como treinar com música pode fazer toda a diferença, agora escolha as músicas certas e monte a sua playlist de treinos.

Eu tenho no Spotify as minhas playlists para treinos de tiro, treinos longos ou simplesmente para relaxar, cada uma com seu estilo especial para o que eu quero atingir. Quais são as suas preferidas?

Para quem quiser dicas de boas músicas para treinar, é só clicar aqui!

Giulianna Pansera

Giulianna Pansera

Graduada em Medicina e pós-graduada em Endocrinologia e Medicina Preventiva e Ortomolecular. Atualmente cursa pós-graduação em Medicina Esportiva. Idealizadora do blog G-Realfit – fitness & health (http://g-realfit.com/). CRM: 138421

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