A importância de ler o regulamento de corridas

Harry Thomas Jr
Adicionada em 25 de junho de 2018
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Corrida de rua é um esporte e como tal é balizado por regras. Elas estão contidas nos regulamentos. Quando se inscreve regularmente nas competições, o atleta ‘aceita os termos’ contidos no regulamento de corridas. Uma vez aceito, você deve segui-lo e respeitá-lo. Simples assim.

Apesar da grande maioria dos participantes não serem competitivos e correrem por qualidade de vida e lazer, o regulamento serve para todos. Serve para que a corrida tenha uma uniformidade organizacional, para que todos possam ter igualdades de direitos e deveres.

Poucos sabem, mas atletas de elite que sobem no pódio também pagam inscrição na maioria dos casos, e seguem o mesmo regulamento da prova. Se o atleta de elite, por exemplo, trocar número de peito ele será automaticamente desclassificado e sofrerá sanções graves das Federações responsáveis.

Tenho notado que quase ninguém lê regulamentos, mas depois de dar o “aceite” tanto o corredor profissional como amador, do primeiro ao último colocado, aceitam as regras do jogo.

Lá estão informações básicas da competição, como: distância, localidade, dia, hora, agenda do evento (programação pré, durante e pós-corrida) e outras informações genéricas como as específicas.

 

 

O regulamento de corridas segue uma padronagem quando a prova é oficial. Ou seja, para ser oficial e receber o “permit” (autorização) dado pelas respectivas federações estaduais, o organizador precisa cumprir todas as exigências que ele coloca no regulamento como os itens genéricos descritos no parágrafo anterior.

Esse mesmo regulamento pode ser acrescido de itens impostos pelo próprio organizador, que chamo de itens específicos.

Alguns organizadores permitem trocar inscrição com determinada antecedência, outros, não. Alguns organizadores cobram multa de quem não devolver os chips, outros, não.

Enfim, é extremamente importante que o corredor leia o regulamento para conhecer seus deveres, mas também seus direitos e as particularidades que cada um pode conter.

Corrida é um evento pago, criando assim, uma relação comercial entre o prestador de serviços e clientes. Caso o corredor-cliente sinta-se lesado em algum ponto do evento, ele pode acionar o organizador ou procurar um fiscal da federação ainda na arena.

Caso a reclamação tenha fundamento e na arena não se resolva, o participante inscrito regularmente pode procurar órgãos de defesa do consumidor como o Procon. Nesta hora a primeira coisa que o órgão de defesa vai pedir é a cópia do regulamento. Nele está a real chance de vencer uma disputa ou perdê-la antes mesmo de começa-la.

O regulamento de corridas apesar de, para muitos, ser só um clique hora de fazer inscrição é muito mais do que isso. Ele é a alma que ainda faz com que a corrida seja um esporte e não somente um evento de entretenimento em que cada um faz o que quer e é o que permite você dizer que participa de eventos esportivos.

Harry Thomas Jr

Harry Thomas Jr

Jornalista especializado em corridas de rua desde 1999, Harry competiu pela primeira vez em 1994 e desde então já completou 31 maratonas – sendo três sub 3 horas: São Paulo (2h59min30), Nova York (2h58min20) e Blumenau (2h58min10). Também concluiu seis Ultratrails: 60K Ultratrail Putaendo, 67K Ultratrail Torres del Paine, 50K Indomit Costa Esmeralda e os 50K Ultra Fiord por três vezes. Já correu em países como Argentina, Chile, Estados Unidos, Grécia e Japão.

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