ShutterstockFoto: Shutterstock

Do céu ao inferno: o equilíbrio entre dar e receber no esporte

Anita Moraes
Adicionada em 24 de setembro de 2018
Mais em Corrida de Rua

O esporte é sempre um grande divisor de águas na vida das pessoas. Pode te levar ao sucesso pessoal ou ao fracasso total, e tudo dependerá da forma como encarar este hábito em sua vida, do equilíbrio entre dar e receber.

Trabalhando como health coaching, posso trazer exemplos de como algumas pessoas encaram o esporte como a salvação de seus problemas, mas também como ele pode se tornar o pior dos pesadelos. Isso acontece quando não há equilíbrio entre dar e receber.

E que equilíbrio é esse?

Pois bem. O quanto você dá de si em um hábito esportivo? Se pegarmos a grande maioria, dá-se muito pouco, com exceção dos atletas profissionais e alguns amadores que buscam performance.

Geralmente, o indivíduo dá muito pouco de si quando pensa em praticar um esporte. O empenho não é alto. Para cada evento esportivo, há pelo menos três desculpas contrárias, desde um chope com os amigos até o vômito do gatinho em casa.

A grande maioria não foca no benefício de longo prazo quando busca uma prática esportiva. A demanda é alta e exige respostas, geralmente, imediatas. O que gera frustração na grande maioria dos pré-candidatos às práticas esportivas.

O retorno se dá de forma gradual e equilibrada, como define a lei do ritmo: “Tudo tem um fluxo e um refluxo, tudo que atinge um determinado ponto de energia, tende a diminuir quando chega em seu ápice”.

Se os batimentos cardíacos fossem acelerados a todo momento em nossas vidas, por exemplo, morreríamos enfartados aos 2 anos de idades. E esse fluxo e refluxo é o que muitas pessoas não conseguem assimilar e aceitar. Querem resultado imediatos, rápidos e duradouros.

Outro fator determinante para o equilíbrio do dar é a sua força de vontade. Você já parou para pensar sobre ela? Consegue trazer uma definição sua sobre esta expressão?

Força de vontade é um conjunto de conceitos internos que exige muito autoconhecimento e autocontrole. Vai da combinação de desejo, esforço pessoal, conquistas, inteligência emocional, tempo, pensamentos, tomada de decisão, ansiedade, autoestima, determinação, coragem e oportunidade.

Você consegue avaliar tudo isso hoje ao mesmo tempo e medir a sua própria força de vontade?

E o receber? Onde fica?

O equilíbrio do receber foca diretamente no conceito do respeito próprio, que nada mais é do que ter respeito a si próprio. E isso exige respeito à condição de como e onde você se encontra. Eu me respeito por estar nesta condição e por ter a capacidade de receber exatamente o retorno daquilo que pude oferecer.

É compreender o equilíbrio de que aquilo que ofereço será aquilo que receberei em troca.

Avaliando a maioria dos meus clientes e, de forma bem generalizada sem mencionar as estatísticas que distorcem a média para baixo ou para cima, o equilíbrio está sempre descompensado no receber. É um “eu ofereço pouco e quero receber muito”.

Não é o oferecer que está mal, pois a decisão e a quantidade do quanto se oferece é pessoal, intransferível e de único responsável. E é ela que faz a roda girar. Mas sim o receber que desequilibra a balança individual.

Já pensou na sua relação dar e receber? O quanto você exige de retorno à sua prática esportiva hoje é compatível àquilo que consegue oferecer?

Entende porque nestas horas um esporte pode te levar ao sucesso ou ao fracasso total de si?

Anita Moraes

Anita Moraes

Mãe da Laura, corredora, engenheira, happiness e health coach e dona do perfil no Instagram @anita_pelomundo. Assim como tudo o que faz na vida, tem uma sede grande por autoconhecimento e busca utilizar de todas as experiências da vida (positivas e negativas) como grandes oportunidades para crescimento. Portanto, a corrida, que é sua paixão, não ficaria fora desse perfil. Correr para ela é pele, é sensação, é arrepio.

Ver mais