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Cuidados para correr na USP

Harry Thomas Jr
Adicionada em 11 de abril de 2019
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Corri por longos anos na USP. A primeira vez foi em 1996 quando comecei treinar com o prestigiado treinador Vanderlei ‘Branca’ Severiano. Nesta época as maiores assessorias esportivas do país não tinham mais do que 100 alunos, assim como as maiores corridas da cidade de São Paulo não ultrapassavam os 1000 corredores. O fluxo de atores evidentemente era muito menor. 

Tanto naquela época como agora, aos sábados, a USP mostra sua importância seja com chuva ou sol. Apesar do Parque Ibirapuera ser a ‘Meca’ dos corredores, o Campus Universitário arborizado, toma junto ao Ibira o protagonismo como um dos dois maiores hubs do running paulistano.

Lá pelos meados dos anos 90, quando comecei frequentar a USP, tivemos o Plano Real que teve como uma das consequências o aumento substancial da frota brasileira, através da estabilização da moeda que gerou mais créditos e investimentos da indústria automobilística no Brasil. O resultado vemos hoje com a cidade entupida de carros.

Se já nos anos 90 achava a USP perigosa – sim, todos os atores estavam lá naquela época, sejam os corredores, os pelotões de ciclistas, os estudantes, os carros e os ônibus, atualmente acho um perigo ainda maior. E confesso que fiquei assustado com que vi recentemente. 

Essa observação se deu após um hiato de quase três anos em que não pisava no local. Na verdade, o falecimento por atropelamento de um ex-companheiro de equipe, o rapidíssimo Álvaro Teno, fez eu me afastar do local da tragédia anunciada.

Dias desses um integrante da USP nos contou em uma entrevista coletiva que o fluxo diário do Campus atualmente é da ordem de 100 mil pessoas.

E tudo aumentou: os corredores, os pelotões de ciclistas, os estudantes, os carros e os ônibus. Meu maior medo, por óbvio, é quanto aos veículos automotores. Depois, bater de frente com um pelotão de ciclistas. 

Com este cenário a corrida defensiva mais uma vez entra em cena. Se antes as normas de convivência não escritas da USP não deveriam ser relevadas, agora com alto fluxo dos diversos atores no Campus elas devem ser redobradas.

Dicas para correr na USP com segurança

  • A norma básica é corredor correr no contra-fluxo dos automóveis e dos pelotões de bikes;
  • As faixas de rolamento da esquerda do contra fluxo na raia são destinadas aos corredores;
  • Redobre a atenção na hora de ultrapassar alguém. Com o acúmulo de pessoas, é comum escapar para a faixa central, espaço destinado às bikes, para fazer o movimento. E assim como um automóvel só ultrapasse em segurança;
  • Sinalize! Abuse de gestos e sinais;
  • Quanto mais lento for o corredor mais cuidado deve tomar devido ao tempo de reação;
  • Use material de cores claras e vibrantes;
  • Se não tiver compromisso com tempo ou pelotões de corredores, opte em correr no gramado central ou alamedas secundárias.

Na dúvida diminua o pace, vá para a calçada ou mesmo pare de correr.

Segurança em primeiro lugar.

Harry Thomas Jr

Harry Thomas Jr

Jornalista especializado em corridas de rua desde 1999, Harry competiu pela primeira vez em 1994 e desde então já completou 31 maratonas – sendo três sub 3 horas: São Paulo (2h59min30), Nova York (2h58min20) e Blumenau (2h58min10). Também concluiu seis Ultratrails: 60K Ultratrail Putaendo, 67K Ultratrail Torres del Paine, 50K Indomit Costa Esmeralda e os 50K Ultra Fiord por três vezes. Já correu em países como Argentina, Chile, Estados Unidos, Grécia e Japão.

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