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Dicas básicas e importantes para seus primeiros passos na corrida

Harry Thomas Jr
Adicionada em 27 de abril de 2018
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É sempre a mesma história quando alguém descobre que eu corro: “Nossa, você corre? Tudo isso?”, e emenda com um “gostaria de começar a correr, mas não sei como!”. Eu poderia responder protocolarmente: “Faça uma bateria de exames e procure um professor de educação física ou assessoria esportiva para começar adequadamente.”

Isso é o que eu poderia responder se levasse a vida só na teoria; mas na prática, sabemos que a experiência de iniciar no esporte nem sempre avança. A vontade de querer às vezes é menor do que o “gostar” de correr. Ou seja, ao invés de ter um futuro atleta, teríamos um ex-atleta que ainda ficaria muito bravo comigo por tê-lo feito contratar um treinador e gasto os tubos em exames. Tudo bem que os exames sempre são úteis, mas não podemos falar o mesmo sobre treinadores e assessorias nesta fase.

Vamos combinar que contratar treinadores e assessorias seja o segundo passo. O primeiro, obviamente, é o contato inicial com a corrida, o que pode ser intuitivo.

 

Para cada fase da corrida, uma recomendação

A fase um, a intuitiva, aquela de começar a correr, diria que o mais importante é um tênis específico para corrida, que tenha médio ou alto amortecimento — ninguém merece correr de All Star e ganhar logo de cara uma lesão ou bolhas nos pés. Um modelo específico bom para corrida não é necessariamente caro. Dá para adquirir um ótimo exemplar por até R$ 200 e iniciar as atividades. Uma legging, bermuda e camiseta (de preferência tecnológica e não de algodão) também são peças fundamentais para conforto na prática da corrida. Para as mulheres, importante investir em um bom top de sustentação média ou alta, dependendo do tamanho dos seios.

Outro item interessante é possuir um relógio ou cronômetro para monitorar os batimentos cardíacos, tempo de atividade e quilometragem. E, obviamente, dando os primeiros passos em locais seguros, como parques, praças e locais sem trânsito, que não ofereçam riscos de acidente.

Tudo pronto. Agora é só correr. Nesse momento inicial, intercale corrida com caminhada. Digamos que seu primeiro treino dure 15 minutos. Corra um minuto e ande dois, alternando esses tempos até completar esses 15 minutos. Ao final você terá corrido 5 min e caminhado 10. Os aumentos e mudanças de estímulos acontecerão semanalmente e não a cada sessão de treino – ao menos nesse contato inicial com a corrida.

Na segunda semana a sessão pode ser 1 minuto de caminhada com 1 minuto de corrida. Ao final da segunda semana você estará correndo 8 minutos e andando 7. E assim sucessivamente (certamente com a ajuda de um treinador).

Os aumentos podem ser dentro do ciclo caminhar e andar no intervalo total de 15 min de atividade. Os 15 minutos ao final da terceira semana poderão ser poucos para você, pois provavelmente estará mais condicionado para aumentar o tempo. Suba, então para entre 20 e 25 minutos, sempre observando como seu corpo reage ao estímulo.

O importante é não se inibir achando que você está “fazendo feio” perto das pessoas que passam a mil por hora ao seu lado. Para tudo tem um começo e a paciência, determinação e, principalmente, a continuidade, farão com que você daqui uns anos possa (caso queira) estar encarando médias e longas distâncias.

Harry Thomas Jr

Harry Thomas Jr

Jornalista especializado em corridas de rua desde 1999, Harry competiu pela primeira vez em 1994 e desde então já completou 31 maratonas – sendo três sub 3 horas: São Paulo (2h59min30), Nova York (2h58min20) e Blumenau (2h58min10). Também concluiu seis Ultratrails: 60K Ultratrail Putaendo, 67K Ultratrail Torres del Paine, 50K Indomit Costa Esmeralda e os 50K Ultra Fiord por três vezes. Já correu em países como Argentina, Chile, Estados Unidos, Grécia e Japão.

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