A gente que corre adora falar dos preparativos para uma prova. E dela em si. Agora, dificilmente se fala da pós-corrida. Vou te contar como é (estou assim depois dos 21 km do Desafio 28 Praias):
Dor: dependendo do seu esforço, dói tudo o que tem vida. Salvam-se cabelo e unha, mas só aquela partezinha branca para fora do dedo;
Amor à medalha: você nem pega pódio, é apenas uma medalha de honra ao mérito, mas a partir do momento em que alguém a coloca no seu pescoço, você passa a amá-la;
Bolhas: são duas, basicamente. A avermelhada revela sangue. A branquinha, pus. Elas nasceram para que até sexta-feira você não se esqueça da prova;
Preguiça extrema: na tarde que sucede a prova, você só quer dormir e comer. Ou fazer ambas coisas ao mesmo tempo, o que é totalmente possível. Bom, eu consigo;
Necessidade de um feriado no dia seguinte: falei para minha chefa: “Atletas deveriam ter a segunda-feira de folga”. Resposta dela: “ahahahahahahahahahahahahhaahahhaha”. Acho que não vai rolar, mas é bom pontuar as coisas.
E mesmo assim, no último quilômetro da prova, você já começa a pensar na próxima. É um inferno, eu odeio. Por isso já agendei a próxima: 21 km em Uberlândia, que tem um sobe e desce do capeta. Vou ter que abraçá-lo.
Anne Dias
Especialista O2 Corre
Jornalista com especialização em economia e com nove meia maratonas no currículo: duas W21, Meia Maratona das Pontes (Brasília), Disney, Corpore, São Paulo, Uberlândia, Porto Alegre e duas Golden 4 Asics. Concluiu também duas maratonas: Nova York e Buenos Aires. E não pretende parar.