Cenas do Central Park: a primeira vez...

Adicionada em 28 de janeiro de 2015

Por Anna Paula Lima

Quer (bons) motivos para soltar suas pernas pelo Central Park, em Nova York? Hum… A memória do cenário de inúmeros filmes, relembrar os quilômetros percorridos na Maratona de NY, clicar os prédios da 5th Avenue de um ângulo diferente, estar perto de outros loucos por corrida, o lago ou o sobe e desce do trajeto…

Para mim, correr no parque queridinho dos novaiorquinos foi uma experiência sugerida pela adidas, para que os jornalistas convidados para o lançamento do seu novo modelo, o Ultra Boost, estreassem com chave de ouro (e em primeira mão!) os tênis. Claro que, com exceção da maratona (que nunca me arrisquei), todas essas razões também estavam no meu imaginário. Menos, claro, me perder nesse oásis urbano… Mas, vamos à corrida.

Cena 1: A previsão era de sairmos às 9h do hotel sob neve. Ela não veio. Em seu lugar, um frio de 2 C graus negativos, que parecia melhor, mas não dispensou a legging, blusa de mangas longas, casaco corta-frio, luvas e gorro. Atrasados, partimos às 10h e desembarcamos no coração de Manhattan. Não estava sozinha. Lembra? Era uma experiência para jornalistas.

Cena 2: Ao chegar, lado sul do parque, os jornalistas e outros formadores de opinião foram divididos em pequenos grupos. O nosso, com oito bravos corredores, partiu sob as orientações de um simpático guia, responsável pela turma, escolha dos caminhos e por nos trazer de volta em uma hora.

Cena 3: #partiu#corrida#centralpark#ultraboost. Proposta de 6 km com paradas. Logo nos primeiros passos, percebi um peso extra. Não. Não eram os tênis, definitivamente. Ideia ruim levar a mochila com mais um casaco, carteira e equipamentos. Ao ouvir os meus resmungos, que mais pareciam desculpas de uma pangaré (que sou), um colega solícito – e mais rápido (claro!) — se ofereceu para carregá-la. Pronto! Só a corrida, o parque, as árvores, os cliques, as passadas, as pessoas… Os tênis suaves, leves e macios não machucaram as regiões já calejadas de outras tantas corridas. Entre selfies, uns cliques e o olho no grupo, que parecia só um pouco mais à frente, o caminho abriu em três possibilidades. Estavam ali. Não mais. Pra que lado foi? Cadê o povo?!

Cena 4: Claro que tenho um enorme talento… … Para patacoadas, mais. E não tinha rolado nenhum perrengue na viagem. Algo incomum para mim. Em poucos segundos, a mente se encheu de pensametos. “Xiiii, meu documentos e dinheiro estão na mochila!” Estava bem aquecida pelo trote. O sangue e a cabeça ferveram. O check out do hotel seria dali a pouco mais de duas horas… O trânsito… O guia falara o tempo todo para acompanhar o grupo… O retorno para o aeroporto seria prejudicado… O mico…

Cena 5: Cinco minutos ensimesmada, passadas congeladas (não pelo frio, o que seria mais esperado). Avistei o pessoal. Ufa! O guia sorriu ao constatar que eu havia me perdido. Eu sorri de volta por tê-los encontrado.
As lições do desfecho: não dá para se perder de um grupo (nem sequer na primeira vez) no Ibirapuera. Mas, no Central Park, que é duas vezes maior, sim, dá. E que, sempre, há uma primeira vez pra tudo. Outra: menos é mais. Câmera, documentos e dinheiro sempre junto. Nunca mais esqueço meu cinto esportivo para pequenos objetos. O frio a gente espanta com a corrida.

Os tênis? Aprovados. Passadas naturais, leves. Me conquistaram e já estão entre os meus favoritos.

Inolvidável minha corridinha no Central Park! 60 Ultra minutos!