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Como período sabático ajudou americana a vencer a Maratona de Boston

Adicionada em 04 de maio de 2018

Uma das frases mais conhecidas do mundo da corrida sugere que o descanso também é treino – embora milhões de amadores não levem essa afirmativa a sério. A experiente maratonista americana Desiree Linden, de 34 anos, comprova que um tempo longe dos treinos pode ser essencial para a restauração da energia física e psicológica. Vencedora da edição deste ano da Maratona de Boston, ela começou a pavimentar a rota de sua ascensão rumo ao primeiro lugar na major em abril de 2017, quando notou que seu corpo e sua mente já não suportavam o ritmo de treinos.

Linden passou por um período de frustrações esportivas entre 2016 e 2017. Desapontada com o quarto lugar na Maratona de Boston do ano passado, sentiu-se sufocada por não ter atingido os resultados que esperava após um período de muito treino e cobranças excessivas.

A solução imediata foi simplesmente se afastar provisoriamente da corrida. Ela passou o verão norte-americano fazendo de tudo, menos correndo: andou de caiaque, leu, passeou com seu cachorro e esteve rodeada por pessoas queridas.

 

Caiaque e passeios com cachorro ajudaram Linden a recuperar o prazer pela corrida

“Meu corpo e minha mente precisavam de um reset. Eu fiz três maratonas grandes, importantes e estressantes em sequência, e, ao fim da Maratona de Boston do ano passado, sabia que, se quisesse continuar a correr em alto nível, precisava recomeçar para seguir em frente”, contou à Runner’s World americana, após a conquista em Boston.

Durante suas férias, Linden identificou tudo o que havia minado sua motivação nos meses anteriores. O autoconhecimento foi fundamental para que ela resgatasse o prazer pelo esporte. A pausa contou também com uma visita à Índia e algumas cervejinhas com os amigos.

“Correr havia se tornado uma tarefa. Mesmo quando as coisas vão bem, há dias em que nos falta motivação. Naquela época, isso acontecia todos os dias. Eu não amava o que fazia, e sabia que precisava mudar isso se quisesse algum sucesso no futuro”, lembrou.

“Acho que podemos estar frustrados ou não gostar de determinadas coisas sobre um trabalho, mas, na minha opinião, não importa em que campo você esteja, se você não gosta daquilo que faz, provavelmente terá que reavaliar por que continua naquilo.”

 

 

Entre uma remada em seu caiaque e algumas horas de leitura, uma pergunta martelou a cabeça de Desiree Linden: “Por que eu corro?”. Aos poucos, foi achando as respostas que precisava e voltando aos treinos, sem estabelecer quantos km rodaria ou o pace que deveria seguir.

Ela destacou a importância das sessões de regeneração muscular para sua retomada. Além de cochilos durante o dia, a americana recorre a massagens e sessões de fisioterapia.”Isso é o que me permite treinar, permanecer saudável e sair pela porta todos os dias.”

 

Cercada por pessoas queridas, ela começou a traçar os planos para voltar a brilhar em maratonas