Manual de etiqueta do corredor

Adicionada em 09 de agosto de 2013

Regras foram feitas para serem quebradas. Quantas vezes você já ouviu esta frase? Na verdade, ela pode até funcionar em alguns casos, mas, teoricamente, a grande maioria das pessoas tem consciência ética e sabe qual é a forma certa de agir (mesmo que nem sempre ponham em prática) em um determinado ambiente.

Nas corridas de rua, as coisas acontecem de uma maneira um pouco diferente. Assim como em outros locais de competição, nem tudo é regulamentado por regras e imposições. O bom senso também é parte integrante quando levamos em consideração um lugar em que diversas pessoas são colocadas lado a lado numa disputa.

“Existem muitos casos de pessoas que não se portam de forma correta em uma prova. A começar pela largada, que é um local mais apertado e um acaba não respeitando o espaço do outro. Durante a disputa, existem aqueles atletas que querem tirar o atraso e saem empurrando todo mundo, com os cotovelos abertos. Acredito que a maioria dos casos se resolve com respeito ao próximo”, afirma o personal trainer e professor da Metas Esporte & Entretenimento Cássio Eduardo Lembo.

BOA CONDUTA NA CORRIDA                                

As exigências em uma corrida não são nada fora do comum. Com a devida dose de respeito e ética, uma pessoa consegue correr com tranquilidade, e, principalmente, fazer com que seu próximo também tenha uma boa corrida.

Abaixo, a O2 Por Minuto listou algumas dicas para o atleta ter uma prova mais confortável e bem organizada:

Dê passagem
Quando falamos de corrida, pensamos em velocidade. Mas o que muitos se esquecem é de que cada um tem sem ritmo, e ele deve ser respeitado. Os mais velozes devem tratar com cordialidade os mais lentos. Já os que não têm um ritmo muito forte devem abrir espaço para os mais rápidos.

Não faça paredão
Muitos atletas gostam de correr acompanhados de amigos, para ter uma companhia durante a prova. Até aí, tudo bem. Porém, ao ficarem lado a lado, os corredores podem formar o famoso “paredão”, impedindo ou atrapalhando a passagem de outros atletas.

“As pessoas que participam das provas apenas para caminhar costumam formar fileiras e ficar conversando. Não tenho nada contra isso, mas ficar desviando delas atrapalha quem procura melhorar o tempo. Os mais lentos devem se manter à direita, como na trânsito, para não atrapalharem os outros”, disse Felipe Gonçalves, 27, engenheiro.

Na hora da sede
Durante a corrida, o atleta sente muita sede, e precisa aproveitar os pontos de hidratação. Porém, empurrar o outro corredor para pegar água primeiro é falta de respeito, afinal, aqueles segundos a mais não farão tanta diferença assim.

“Uma vez escorreguei em um copo que estava no meio da pista e levei um tombo. Machuquei o tornozelo e não pude continuar na corrida. Durante a prova, depois de beber água, as pessoas deveriam ter o cuidado de jogar o copo no canto da rua ou na calçada, para evitar por em riscos os demais atletas”, sugeriu Fernanda Ricci, 32, bancária.

Lixo no lugar certo
É comum vermos depois das corridas muitos copos de água e de bebidas esportivas jogados no chão. Não é só porque há uma organização por trás para fazer a limpeza que devemos esquecer a cidadania. Lixo é no lixo.

“Acho uma tremenda falta de respeito as pessoas que jogam os copinhos de água quando acabam a prova. Fica muito feio, uma sujeira. Quando corri na Maratona de Roma, não tinha nada disso, acho que depende muito da consciência das pessoas”, disse a publicitária Marta Silveira, 45.

SENTIDO NA PELE

Não pense que apenas os corredores comuns sofrem com a falta de educação de alguns atletas. O treinador Cássio Lembo conta um caso em que sofreu com o desrespeito de outro atleta.

“Logo depois da largada da Maratona de Revezamento Pão de Açúcar, eu estava correndo próximo à grade, e um homem, que provavelmente tinha chegado atrasado, pulou do lado de fora da grade para dentro, bem na minha frente. Nós trombamos e eu caí no chão, ralei os joelhos e as mãos. Ainda bem que consegui continuar correndo e completei a prova”, afirma o treinador, que completa: “Acredito que tudo se resolva com respeito e educação. As pessoas devem aceitar seus limites e o dos outros. Manter a cautela e respeitar o espaço do outro é essencial para um bom desenvolvimento da corrida”.